4º Dia - Imilchil - Todra - Dades
Começo o relato do 4º dia desta aventtura, com duas das vistas possíveis do Hotel Izlane, juntamente com outra foto da sala de estar, de jantar, de pequeno-almoço, enfim...serve para tudo.
Tudo pronto e regressamos à R317 com destino às Gorges du Todra. Embora estivesse um lindo dia, estava um frio do catano e eu de capacete aberto...daassseee.
Ao passarmos pelas aldeias as crianças aproximavam-se do meio da estrada e estendiam as mãos para que nós lhe tocássemos. Como vi o pessoal que ia à minha frente a fazê-lo, também fiz igual, mas má decisão, pois levei um murro na mão esquerda que quase perdia o controlo da moto. Não voltei a repetir este gesto. Quando paramos e comentei o que me tinha acontecido com o grupo, vários foram os comentários de atitudes idênticas e até houve quem dissesse que lhe tinham atirado com pedras. Estranho estas atitudes, quando até aqui tudo tinha sido bem diferente.
Depois de rolarmos uns bons kms, paramos num gancho à esquerda para umas fotos à paisagem e qual não é a nossa surpresa quando o Saul diz que tem um furo no pneu traseiro, uma vez que também tinha metido slime. Oficina de campanha montada na berma da estrada e toca a efectuar a substituição da camara de ar, e esta nem para reparar dava, pois o pneu deve ter rodado e arrancou a válvula.
Entretanto, tenho-me esquecido de referir que a mota do Spratley também andava com uns sintomas esquisitos já à uma série de kms. Parecia que não queria desenvolver, isto é, engasgava-se. Depois de mudarmos velas, inspecionar cachimbos (sim, porque as DR 650 SE embora monocilindricas, usam duas velas, daí o power...lol), purgar carburador, etc., começamos a pensar que esta DR não gostava de rolar acima dos 1000 metros de altitude. Estranho...muito estranho, porque a minha era para o lado que dormia melhor...! Entretanto o Spratley chega ao meu ouvido e diz-me que tem uma meia de vidro no snorkel da caixa do filtro de ar por causa do pó e é quando eu lhe digo que o problema vem dai, pois já em tempos também fiz o mesmo a uma moto4 que tive e não foi preciso andar muito para tirar logo aquela cena, uma vez que a moto4 quase que não andava. O Rui ainda pensou duas vezes se havia ou não de tirar o tal up-grade, mas depois lá o fez, e a partir desse momento a DR voltou a respirar como deve ser e nunca mais houve problemas de andamento.
Altitude: 2654m
Alguma semelhança com a minha moto é pura coincidência...lol
Reparações efectuadas e continuamos a descer para as gargantas.
Et voilá...Les Gorges du Todra.
Aqui, parece que a KTM do Baleizão também estava com problemas respiratórios, daí este ter dicidido tirar-lhe o pré-filtro, mas como irão ver mais à frente, o problema não era falta de ar, mas sim falta de gota...!
Não sei como será noutras épocas do ano, mas quando lá estivemos, o Rio Todra só existia a partir deste ponto, que era a nascente.
Hotel Yasmina que fica mesmo dentro das gargantas.
Pormenores do hotel
Almoço no restaurante do hotel: Mais uma Tagine de frango....que soube a pato...
Para as motas estarem deste lado do rio, tivemos de o atravessar, e eu quando o fiz quase que perdia a minha tenda, que, pelos vistos, nesse dia não tinha ficado muito bem presa. Não tenho fotos desse momento, mas houve quem tivesse tirado.
Visto que o problema não era falta de ar, toca a desmontar meia mota para se conseguir alcançar a bomba da gasolina e o respectivo filtro que estava bloqueado com demasiado lixo acumulado. Novamente a oficina de campanha foi montada na berma da estrada, desta vez com imensos turistas a tirar fotos, e como não havia filtro de substituição, nem a mota não podia ficar ali, a solução encontrada foi retirar o filtro da gasolina e montar tudo de novo. Ui, ui, depois disso a bicha ganhou uma nova alma.
Depois de tudo empacotado uma vez mais, toca a dar gás, pois ainda tinhamos uma pista para fazer, a que liga Tamtetoucht a M'Semrir. Começamos com uns belos estradões, onde o Baleizão disse que deu 180km/h, mas depois a coisa apimentou um bocadito, com a passagem por um rio seco cheio de calhaus, que dificultou bastante a passagem às motas mais pesadas/carregadas. Mas devagarinho lá se fez e depois a parte final voltou a ser estradão. Fixe, valeu pelas paisagens e para aquecer a musculatura.
Alguns kms antes desta paragem, passamos por Unimog suiço transformado em autocaravana. Ao aproximar-me dele, o condutor abre a porta e faz-me sinal para parar. Paro e o jovem diz-me que trago algo a arrastar pelo chão. Fonix...olho para trás e vejo que era outra vez a p*ta da tenda que se tinha soltado (outra vez) e, pelo estado da mesma, já devia de vir há um bom bocado a raspar pelo chão. Agradeci e desmontei da mota para arranjar melhor a carga. Entretanto o Spratley também parou e ofereceu-se para levar a dita cuja em cima das malas.
Quando chegamos a M'Semrir, a Transalp do David já vinha na reserva à alguns kms e achou-se melhor abastecer pois ainda faltavam cerca de 20kms para o hotel. Depois de perguntarmos aos habitantes locais, indicaram-nos este posto de abastecimento que funcionava ao bidão. Deu para desenrascar, mas foi a gasolina mais cara que pagamos em Marrocos: 17dirham/litro.
E eis que chegamos ao nosso destino final para este 4º dia: Les Gorges du Dadès, onde as paisagens voltaram a surpreender.
Ficamos muito bem instalados no Kasbah de la Vallée, mesmo ao lado do Rio Dadès.
(continua)
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